quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Pretty Woman das Tailândias

Por aqui há muitas. Umas mais pretty que outras, mas há muitas. A prostituição na Tailândia é de uma elegância e de um charme meio kirsch, meio mau gosto. Mas de alguma forma, é manifestamente melhor daquela praticada numa qualquer ruela do Terreiro do Paço, daquelas que vão direitinhas até ao Restauradores, bem à baixa de Lisboa. Por aqui, os russos anafados e de educação rústica exibem-nas para a frente e para trás, umas baixinhas, de cabelo apanhado e roupas daquelas compradas em terceira, quarta ou muitas outras mãos. Outras têm mais requinte. Surgem ao lado de fortes italianos ou suecos e de pernas à mostra. A mini saia de cor berrante vai bem com o top azul petróleo, finalizando com aqueles saltos altos dignos de filmes de erotismo barato. Elas aqui são todas pretty para eles, e mais importante, são todas pagas à semana. As pretty woman vão à praia com eles, jogando volley e bebendo cerveja fresca alegremente. As pretty woman vão jantar com eles aos restaurantes mais caros de Karon Beach, e ficam alojadas nos seus Resorts, nos seus quartos, nas suas camas. Partilham uma longa noite de loucura que se faz entre quatro braços, quatro pernas, duas pessoas. Ou mais, quem sabe. Os seus nomes não se pronunciam Julia Roberts, mas mais valia, depois de tudo aquilo que passam, depois de tudo aquilo que vivem. Estas são pretty por causa do estatuto semanal que, com sorte - ou não -, adquirem junto daqueles que só por cá passam. Eles procuram companhia e elas, dinheiro. Eles dão-lhes dinheiro... Em troca de companhia. Uma semana e tanto, para estes tipos rústicos e extremamente bem apessoados. Eles querem pretty women, eles não querem decadências do Terreiro, nem baixa lisboeta com bónus de HIV. Eles querem companhia e nada mais. Bom, talvez mais um pouco. Por semana. Pago à semana. E elas acedem. 

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