sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Obrigada

Esbarraste contra mim em mais uma noite de bebedeiras imensuráveis e adolescências muito perdidas pelo aproveitamento daquilo que julgamos serem experiências inesquecíveis. Mesmo a cinco anos de distância, conseguiste encontrar-me e insististe. Nunca desististe de me conhecer, de saber quem eu era, como me comportava, como reagia. Tudo acontece com uma naturalidade na qual eu não me revia. Percebi que não te entrava na cabeça, não mexia mesmo contigo. Tu não me interiorizavas. E sabes que mais? Ainda bem, porque a marca que deixaste sarou rápido, se é que alguma vez deixou ferida. Talvez tenhas sido importante, ou não. Prefiro pensar que sim, mas não coloco de lado o facto de teres sido apenas mais uma pessoa que passou e não marcou. Eu quis que marcasses, mas tu tinhas que chegar e estragar tudo de tal forma, que deixaste de ser quem eras, deixei de te ver como quem sempre foste e passaste a ser um outro alguém, desconhecido, distante, despegado. De qualquer maneira queria agradecer o esforço inicial, a vontade demarcada de um encontro marcante. Desculpa se te desiludi, se não te marquei como querias, se embarcaste numa aventura para um rumo que nunca quiseste que fosse o teu. Só quis fazer-te feliz como tu prometeste tentar fazer-me.

Obrigada de qualquer maneira, há sempre o início para recordar.

Obrigada.

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