sábado, 26 de novembro de 2011

torradas com leit(uras)

Nunca gostei de frio. Nem de frio nem de chuva. E muito menos de vento. Onde eu nasci não há disso, só há chuva quente e bafo em vez de vento. Mas não interessa onde eu nasci, nem as características meteorológicas do dito local. Era uma quarta-feira como tantas outras, mas ao contrário do que tinha acontecido nos dois dias anteriores, hoje fazia sol e parecia não estar frio. O sol aquecia-me os pés debaixo do edredon. Sim, às 4h da tarde eu estava enfiada dentro da cama com o computador como única companhia e de repente senti-me deprimida, senti que não podia continuar ali. Queria ser quem passa, em vez de ficar a ver aqueles que passam. Enfiei-me dentro de uma qualquer camisola daquelas que se dizem de inverno, bem quentes e pesadas, que têm aspecto de ser a companhia perfeita para o pólo norte. Ao mesmo tempo, pensava qual era a esplanada ideal para ler e lanchar (sim, não queria mesmo ficar em casa!). O colombo acabou por não ser a pior escolha de sempre - até porque as esplanadas não estão propriamente atulhadas de pessoas com aspecto duvidoso, como às vezes o centro está - e estive muito bem, até. Bem, mas o frio, da camisola e das minhas leituras com torradas não interessam para esta história. O que interessa é que mais uma vez, questionei-me porque é que os portugueses não andam à noite na rua, não passeiam e não conversam em esplanadas à noite. Que raio de conceito é que se instalou desde há uns anos para cá, que fez com que esta tendência se alargasse e acabasse mesmo por proliferar? Continuo intrigada com esta questão, mas ainda não tenho uma resposta decente e que faça sentido. Não venham com os assaltos e carjackings, porque não me soa a justificação plausível. Não, nem o vento, frio ou chuva roçam o plausível porque como sabem, nunca gostei de frio, porque onde nasci não há disso. Só chuva quente e bafo em vez de vento.

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