quarta-feira, 3 de julho de 2013

A crítica é cega, surda e muda. E não muda.

Se calhar não me expliquei bem.
Antes de mais, há dois ou três pontos acerca dos meus comentários que quero que fiquem muitíssimo bem esclarecidos. 

Primeiro: Nunca, em tempo ou momento algum, fiz sequer questão de mencionar toda a população de Portugal Continental. Surge então um problema: se a carapuça serve, deixa de ter que ver com aquilo que eu escrevo, para passar a ter pura e simplesmente que ver com o que passa pela cabeça das pessoas.

Segundo: Não fui, de longe, a única pessoa a comentar negativamente este "acto", sendo-me possível, se por teimosia ou estupidez alheia, mostrar comentários e textos de terceiras pessoas a dizer isso mesmo. 

Terceiro: Portugal e a China têm políticas, sociedades e culturas abismalmente diferentes, pelo que não se pode considerar aceitável que, em Portugal, se cuspa para cima de um (ainda) membro do Estado. Sim, na China cospe-se para cima dos pés das pessoas (sim, não fiquem assim tão surpreendidos), mas também se come no chão em cima de uma folha de jornal e também se arrota em pleno restaurante quando se acaba de almoçar. As regras de etiqueta não foram feitas numa mesma língua e, por isso mesmo, não são universais. Posto isto, pergunto-me então se seria normal ver várias pessoas a almoçarem no passeio da Avenida de Berna, de pauzinhos e tigela de sopa em riste? A resposta é, obviamente, não. 

Tal como o choque surge na cara das pessoas que viajam até países francamente diferentes de Portugal, também o choque e a surpresa assolou o meu rosto.
Fiquei completamente chocada com a atitude e com o comportamento do grupo de pessoas que fizeram aquilo. Alguns dizem que é normal. Por favor, não, isso é que não. Se normalizarmos situações como esta, onde é que isto vai parar? 

Neste momento - e acho que se fugiu claramente do cerne da questão na minha  publicação da tarde - Nenhuma acção, seja ela de que natureza for, é passível de ser censurada, condenada ou julgada, só porque é contra o Governo. 

Somando tudo isto, a questão central é que não quis, efectivamente, afectar ninguém, nem tão pouco troçar da desgraça alheia, que bem sei que não é escassa nos dias de hoje. As pessoas estão mal e o país está a afundar-se cada vez mais em dívidas e outros problemas, que, consequentemente, têm danos irreversíveis na vida de muitos. Compreendo, aceito e apoio as teses que contrariam as políticas desmesuradas e descabidas deste actual governo, mas não posso deixar de condenar a tal chamada "forma de desespero", que não passa - e repito - de um acto primitivo e animal. 

Perdoem-me todos os que acham que é cuspindo em cima das pessoas que se resolvem os problemas, mas discordo totalmente disso. Como li hoje alguém: "É muito triste. Mesmo".


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