As coisas da vida não são muitas vezes baseadas em escolhas aleatórias. Raramente em favor daquilo que queremos, em detrimento do que precisamos. Não escolhemos o curso X porque não dá emprego, não escolhemos uma casa no campo porque um dia vamos precisar de viver na metrópole. Não escolhemos a pessoa Z porque não nos parece seguro. No final, acabamos com uma pessoa a quem até já nos conseguimos habituar, numa casa que não é o nosso lar e a trabalhar num qualquer tipo de coisa que odiamos.
Isto é comodidade, não é felicidade. Há quem diga que a felicidade é subjectiva e que se aprende, mas eu não acredito nisso. O mais frustrante no meio disto tudo, é que um dia tivemos o descaramento de prever o futuro e o tiro saiu-nos pela culatra.
Nunca tentem passar a perna ao futuro, porque há-de sempre saber mais que nós e acabar por se rir na nossa cara; Sempre que puderem, voltem atrás para fazer melhor. Tentem vezes sem conta, estoirem dinheiro a viajar pelo mundo inteiro, estudem o que mais vos interessa e ganhem dinheiro a fazer o que vos dá mais gozo. Escolham uma pessoa a curto-prazo, para uma relação a longo-prazo: as pessoas têm tendência para serem mais espontâneas quando as coisas parecem efémeras - têm tempo para se sentirem seguros e confortáveis quando estiverem no entas. Percam a cabeça com sentido e façam coisas das quais se vão lembrar para o resto da vida. Ponham de lado tudo o que é irrelevante e abram o jogo sempre só com o que importa. Existe sempre uma solução para tudo; pode é nem sempre ser a melhor. Sejam variados em todos os aspectos, tenham uma sede constante de informação e leiam boa ficção sempre que possível - embora todos os romances façam sonhar, só os bons fazem sonhar com qualidade. A monotonia é desde já inaceitável.
Ah sim... Odeiem coisas previsíveis e pessoas previsíveis. Acima de tudo, odeiem futuros previsíveis na literatura, na música e no grande ecrã, porque são grandes motores intelectuais e se eles próprios nos ensinam mal, como podemos nós aprender bem? Odeiem as pessoas que prevêem o seu próprio futuro e odeiem-se a si mesmos, se o fizerem.
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